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O impacto do Dia das Crianças na economia
11 de outubro de 2024Tempo de leitura: 6 minCategoria: Finanças
O Dia das Crianças é uma data muito especial para os pequenos, mas que pode doer no bolso dos pais. A primeira quinzena de outubro movimenta, todos os anos, bilhões de reais para a economia brasileira, mesmo depois de regulamentações em cima da publicidade de produtos voltados ao público infantil.
Quem vê os milhares de negócios fazendo promoções e lançamentos para este dia mal imagina que, quando ele surgiu, há cerca de cem anos atrás, ele não tinha um objetivo comercial. Assim como outras celebrações, como o Natal e o Dia dos Namorados, o Dia das Crianças ganhou popularidade e visibilidade comercial depois de campanhas publicitárias se apropriarem da ocasião no meio do século XX.
Neste artigo, vamos nos aprofundar no impacto do Dia das Crianças na economia, quais são as expectativas para 2024, como a data surgiu e muito mais. Continue lendo!
Como surgiu o Dia das Crianças?
Você pensava que o Dia das Crianças foi uma data inventada pelo mercado? Então não poderia estar mais enganado!
Em 1923, o Brasil sediou o III Congresso Sul-Americano da Criança, um evento voltado ao debate acerca da importância de defender os direitos e interesses das crianças. O sucesso do evento inspirou o deputado federal Galdino Valle Filho a propor a criação do Dia das Crianças através de um projeto de lei, que foi sancionado por meio do Decreto nº 4.867, de 5 de novembro de 1924.
O objetivo da data, inicialmente, era refletir sobre o direito à infância e a importância de proteger as crianças brasileiras, assim como o congresso de 1923. O dia 12 de outubro, entretanto, continuou conhecido pela população geral apenas por ser o dia da padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, e o Dia das Crianças foi se popularizar apenas na década de 1950.
A Estrela, conhecida fábrica de brinquedos infantis, junto da Johnson & Johnson, criou a Semana do Bebê Robusto em 1955, trazendo visibilidade para a data. A campanha publicitária foi um sucesso e, desde então, diversas empresas aderiram à comemoração com a intenção de aumentar suas vendas e sua presença no mercado de produtos infantis.
Qual é o impacto do Dia das Crianças na economia brasileira?
Hoje, quase setenta anos depois de se popularizar, o Dia das Crianças é a terceira data mais importante para o comércio nacional, atrás apenas do Dia das Mães e do Natal, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Os três maiores estados da região sudeste também são os líderes em vendas no DIa das Crianças: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, mas o Paraná foi o que mais cresceu em vendas na data entre 2022 e 2023.
Em 2023, o crescimento do preço médio da cesta de presentes (entre 11 grupos de bens e serviços relacionados à data, como doces, tênis, videogame, brinquedos, livros, roupas, etc) foi de 6,7% em relação a 2022, e as vendas relacionadas à data chegaram aos R$9,11 bilhões de reais.
Quais são as expectativas para o Dia das Crianças em 2024?
Ainda segundo o mesmo estudo da CNC, as expectativas para 2024 estão altas: o Dia das Crianças deve movimentar cerca de R$9,35 bilhões, 2,6% a mais do que em 2023. Apesar da alta nos juros e da inflação, a razão pelo otimismo é a baixa no desemprego, que atingiu seu menor índice em mais de dez anos, o que representa que centenas de famílias estão em uma situação mais estável e favorável.
Os preços dos presentes aumentaram, mas com desaceleração em relação ao ano anterior. A variação ficou em 2,8%, com a alta sendo puxada por itens como livros (9,7%), chocolates (7,2%) e sapatos (6,5%), enquanto alguns produtos chegaram a diminuir de preço, como bicicletas (-4,3%), ingressos para cinema e teatro (-3,9%) e brinquedos (-2,8%).
De acordo com a Hilbou, o limite de gastos dos brasileiros para a data está em R$250,00. Esse valor inclui presentes, atividades e guloseimas, e faz parte dos planos das famílias que desejam gastar menos na data, sem deixar de celebrar. O tradicional passeio no shopping está nos planos de 57% da população, segundo a pesquisa.
O impacto das vendas online e omnichannel no Dia das Crianças
Nos últimos anos, o comércio online tem se consolidado como um dos principais motores de crescimento no varejo durante o Dia das Crianças. A pandemia acelerou a migração para o digital, e a tendência de compras online continua em alta. A conveniência de pesquisar, comparar preços e comprar presentes sem sair de casa se mostrou uma opção atrativa para os pais e responsáveis. Plataformas de e-commerce registram picos de vendas durante essa época, oferecendo uma gama de produtos que vai desde brinquedos e eletrônicos até roupas e livros, muitas vezes com promoções e frete grátis.
O impacto do comércio omnichannel também é significativo. A integração entre canais físicos e digitais permite aos consumidores ter uma experiência mais fluida, seja comprando online e retirando na loja ou usando plataformas digitais para acompanhar estoque e ofertas. Essa abordagem multicanal tem sido adotada por grandes redes de varejo, que investem em tecnologia para aprimorar o atendimento e aumentar as vendas. Com isso, o Dia das Crianças se tornou uma data em que a conveniência e a personalização da jornada de compra são essenciais para atrair e fidelizar clientes.
Tendências de consumo e sustentabilidade
Com a crescente conscientização ambiental, a demanda por produtos sustentáveis tem ganhado espaço nas prateleiras físicas e digitais. Os pais da geração millennial, em especial, estão cada vez mais preocupados com o impacto ambiental dos produtos que compram para seus filhos. Como resultado, brinquedos feitos de materiais recicláveis, roupas produzidas de forma ética e embalagens eco-friendly estão em alta. Além disso, empresas que promovem práticas de consumo consciente, como a oferta de brinquedos educativos ou produtos que incentivam a criatividade sem o uso de eletrônicos, também têm se destacado no mercado.
Essa mudança no comportamento do consumidor força as marcas a repensarem suas estratégias. Muitos negócios têm investido em campanhas de marketing que enfatizam a responsabilidade social e o compromisso com a sustentabilidade, atraindo um público mais consciente e engajado.
Conclusão
O Dia das Crianças não apenas impulsiona o comércio, mas também reflete as mudanças nas preferências de consumo e na economia brasileira. Com a popularização da data ao longo dos anos, sua importância no calendário varejista só cresce, enquanto o mercado se adapta às novas realidades digitais, às expectativas por uma maior personalização da experiência de compra e às demandas por sustentabilidade.
Em 2024, com o otimismo em torno da recuperação econômica e a evolução das práticas de consumo, o Dia das Crianças promete continuar a desempenhar um papel crucial no cenário econômico do país, combinando tradição, inovação e responsabilidade.
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