Vendas no varejo têm estabilidade em julho após 3 meses de alta
As vendas no varejo do Brasil interromperam três meses de altas e apresentaram estabilidade em julho na comparação com o mês anterior, num resultado abaixo da expectativa devido à queda na comercialização de combustíveis como resultado da demanda fraca.
Sobre o mesmo mês de 2016, as vendas tiveram alta de 3,1 por cento, o melhor resultado nessa base de comparação desde maio de 2014 (4,6 por cento), segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ambos os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,1 por cento na comparação mensal e de avanço de 3,5 por cento sobre um ano antes.
O IBGE informou que a atividade de Combustíveis e Lubrificantes foi a que mais pressionou o resultado de julho ao recuar 1,6 por cento sobre o mês anterior.
“A redução nas vendas de combustíveis tem a ver com o menor nível de atividade econômica, que reduz a demanda, e com a renda ainda comprometida, embora com sinais de ligeira melhora. Muita gente está buscando transporte público e deixando mais o carro em casa”, explicou a gerente do IBGE Isabella Nunes.
A queda nas vendas de combustíveis compensou a alta de 0,7 por cento em Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, atividade que vem mostrando melhora diante do aumento da massa salarial.
De acordo com Isabella, do IBGE, o movimento de estabilidade das vendas no varejo em julho é normal após três meses de alta, e o ambiente de inflação e juros baixos no país favorecem o comércio.
“Temos inflação em baixa, os recursos do FGTS, além da massa salarial maior, que criam um ambiente de mais compras. Há uma aumento de liquidez. O setor de super e hipermercados costuma ser o primeiro a reagir”, afirmou ela.
O varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, avançou 0,2 por cento em relação a junho, com destaque para a alta de 0,9 por cento nas vendas de materiais de construção.
O Banco Central vem reduzindo a taxa básica desde outubro e na semana passada cortou a Selic para 8,25 por cento. Juros mais baixos barateiam o crédito, o que vem ajudando a estimular o consumo.
A economia vem dados sinais de recuperação como o crescimento de 0,2 por cento do Produto Interno Bruto no segundo trimestre sobre o primeiro, acima do esperado.
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