As últimas eleições americanas atraíram grande atenção. Não apenas porque definiria o próximo presidente da maior economia do mundo, mas também por conta de toda a polêmica que permeou a disputa entre o republicano Donald Trump e o democrata Joe Biden.
Com a vitória de Biden, o Brasil perde seu principal aliado internacional. A atual gestão se mostrou como possivelmente a mais crítica a um governo brasileiro na história do relacionamento entre os dois países. Mas o que muda, de fato, para o Brasil sem Trump na Casa Branca?
A seguir, analisaremos como os resultados das eleições americanas vão impactar o mercado financeiro brasileiro nos próximos anos e qual a importância dos EUA para economia mundial. Para saber mais, continue conosco!
As polêmicas envolvendo as eleições americanas
As eleições americanas, que ocorreram em 3 de novembro de 2020, foram marcadas por polêmicas envolvendo o então presidente Donald Trump. Meses antes do resultado da votação, o republicano já havia dado indícios de que se a disputa estivesse acirrada, acusaria seus adversários de cometer fraude eleitoral.
O republicano cumpriu sua promessa. Após o fim do processo eleitoral que culminou na vitória de Biden, Trump publicou uma série de mensagens alegando que houve fraude eleitoral e chamou o adversário eleito de “falso presidente”.
Mesmo após decretada a vitória, Trump se recusou a deixar a Casa Branca. Nos 244 anos da história da democracia estadunidense, nunca houve um presidente que se recusou a deixar a residência presidencial após perder uma eleição. A transferência de poder de maneira pacífica, legal e ordenada sempre foi uma das marcas da política do país.
Joe Biden venceu as eleições americanas com mais de 270 votos no Colégio Eleitoral. Portanto, de acordo com a Constituição dos Estados Unidos, o mandato de Trump se encerraria “ao meio-dia de 20 de janeiro”.
Além da recusa em deixar a Casa Branca, Trump também foi acusado de ter incitado a invasão ao Capitólio, que ocorreu em 6 de janeiro. O líder republicano no Senado e um dos maiores aliados do ex-presidente ao longo do seu mandato disse à impressa que Trump incitou extremistas a invadirem o Congresso.
Na tarde do dia 20 de janeiro, Donald Trump fez sua última aparição como presidente dos Estados Unidos. Em discurso realizado na pista de aviação minutos antes da sua partida para Flórida, o ex-presidente anunciou que “voltaremos de alguma forma”.
Joe Biden já tomou posse como 46º presidente dos Estados Unidos da América e promete uma gestão contrária à realizada pelo adversário nos últimos quatro anos. O democrata já anunciou o retorno ao Acordo de Paris e à Organização Mundial da Saúde.
O impacto das eleições americanas no Brasil
Desde que foi eleito, Bolsonaro se posicionou como aliado do ex-presidente Donald Trump. No entanto, com a vitória de Joe Biden, o país perde o seu principal parceiro na política internacional. O democrata assume uma agenda oposta à de Trump e já se manifestou contrário ao governo brasileiro, o que vai exigir do Brasil nos próximos anos uma boa gestão de riscos.
A vitória de Biden deve forçar o Brasil a mudar o seu relacionamento com a maior economia do mundo, adotando um posicionamento mais prático e menos ideológico. Isso porque os EUA são um dos nossos principais parceiros comerciais. No entanto, o presidente americano eleito já anunciou durante sua campanha que o Brasil poderia sofrer “consequências econômicas significativas” se não freasse o desmatamento na Floresta Amazônica.
Biden deixou claro durante sua campanha eleitoral que a questão ambiental e climática será uma prioridade para o seu governo. Segundo o atual presidente americano, caso Bolsonaro falhe em sua missão de proteger a floresta, os EUA congregarão outros países para protegê-la.
Ademais, a postura política de Bolsonaro no enfretamento da pandemia do Covid-19 é outro ponto que pode determinar as relações comerciais do país nos próximos anos. O novo normal vai ditar regras diferentes das praticadas até então.
Além disso, a perda do seu principal parceiro ideológico também pode influenciar nas demais relações comerciais do Brasil, provocando um maior isolamento no cenário global. Hoje, os americanos são o segundo maior produtor de soja do mundo, atrás justamente de nós.
Dadas as pressões sobre a questão ambiental brasileira, há chances de os EUA pressionarem outros países para que deixem de comprar a soja brasileira e deem prioridade para eles.
Esse movimento não é exclusivo dos Estados Unidos: a França já vem desde a eleição de Bolsonaro pressionando o Brasil para tomar medidas contra o desmatamento na Floresta Amazônica e impondo algumas barreiras comerciais.
Contudo, embora a questão ambiental seja um ponto central da gestão de Biden, a preocupação em frear o avanço da China pode falar mais alto. E, como o Brasil ainda é a maior porta de entrada da China na América Latina, o presidente eleito ainda deve manter uma relação comercial próxima aos brasileiros.
A influência dos EUA na economia mundial
Os Estados Unidos são a maior potência política e econômica do mundo, e, por isso, as eleições americanas provocam mudanças em praticamente todos os países. A vitória de Biden traz esperanças para o cenário global principalmente porque a gestão do novo presidente é vista como mais aberta ao diálogo.
O democrata já anunciou que pretende manter as relações internacionais em um nível mais amigável. A prova disso é o retorno do país ao Acordo de Paris e à Organização Mundial da Saúde.
Além disso, Biden também deseja voltar os EUA para uma política multilateralista, algo que havia sido cortado durante o governo Trump. Com isso, os europeus esperam retomar as negociações do acordo comercial com os norte-americanos, o que também levanta um alerta para que o Mercosul acelere o seu acordo com a União Europeia.
Outra mudança esperada é a diminuição da tensão entre os EUA e a China. Embora, o atual presidente continue com uma política de frear o avanço dos chineses no mundo, as relações serão muito mais diplomáticas do que conflituosas, como vinham sendo com Donald Trump.
Por fim, os impactos das eleições americanas no Brasil e no mundo ainda são imprecisos, mas deixam lições importantes para os brasileiros: estamos vivendo um momento de crise econômica e política, portanto acompanhar os acontecimentos da maior economia do mundo é essencial para entender as relações comerciais do nosso país nos próximos anos.
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