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Inflação no Brasil: O que Esperar para 2024?


Inflação no Brasil: O que Esperar para 2024?

A onda de inflação afeta todas as pontas da sociedade ― das famílias às empresas, o impacto é significativo no bolso de todos os brasileiros. Instituições de todos os setores precisam ficar de olho nos cálculos e expectativas para se planejar corretamente e não sofrer as consequências deste fenômeno. Confira agora o cenário da inflação no Brasil e o que esperar para 2024.

Neste artigo, vamos explicar como a inflação é calculada, o cenário inflacionário brasileiro de 2023 e o que esperar para o ano de 2024 e como sua empresa pode se preparar financeiramente. Continue lendo!

Como a inflação é calculada?

A inflação se refere ao aumento no nível dos preços de um conjunto de bens e serviços em uma determinada janela de tempo e é calculada com base em diversos índices. Isso acontece porque a inflação não tem o mesmo efeito sobre todo mundo, então cada um desses índices leva em consideração faixas de renda, setores, regiões, itens e até períodos diferentes.

Entenda como funciona e como é calculado cada índice:

  • IGP-DI: O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna é calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e apura os preços mensais de todo o processo produtivo, como matérias-primas agrícolas e industriais, produtos intermediários e bens e serviços finais e preços de construção. É parte da cesta que corrige os preços de telefonia, por exemplo;
  • IGP-M: Já o Índice Geral de Preços – Mercado é responsável pela análise de preços do atacado, varejo e construção civil e utiliza como referência o período entre o dia 21 do mês anterior e 20 do mês de referência. É usado na correção de contratos de aluguel e tarifas de serviços públicos.
  • IPCA: Um dos índices mais conhecidos e comentados, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo é calculado pelo IBGE mensalmente e leva em conta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos das 11 principais regiões metropolitanas do país.
  • INPC: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor é muito semelhante ao IPCA, mas a sua amostra é menor. Este índice leva em consideração a variação do custo médio das famílias com rendimento familiar médio entre 1 e 5 salários mínimos, que gastam geralmente todo rendimento em consumo corrente (alimentação, remédio, etc.).
  • IPC-S: O Índice de Preços ao Consumidor Semanal verifica o preço de 388 itens a cada 10 dias. Donas de casa treinadas pesquisam preços de alimentação no domicílio, produtos de limpeza, higiene e serviços; e funcionários da FGV fazem consulta mensal de bens e serviços da cesta básica do IPC.
  • IPC – Fipe: Calcula semanalmente os preços de 468 itens consumidos por famílias que recebem entre 0 e 10 salários na cidade de São Paulo.

Para fazer estes cálculos, mais de 200 pesquisadores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) levantam os preços de 22,5 mil produtos para chegar à taxa mensal.

O impacto da inflação nas empresas

Além das pessoas físicas, a inflação também causa grande rebuliço nas empresas. Entretanto, em alguns aspectos, este rebuliço pode até ser positivo para o balanço financeiro das instituições.

  • 👍 Aumento dos preços: Nas empresas capazes de converter o aumento no custo da produção em preços mais altos, o aumento da inflação contribui para a manutenção de margens de lucro;
  • 👍 Crescimento de alguns setores: Os setores financeiro e de commodities se beneficiam com a alta na inflação, geralmente registrando aumento na receita e nos lucros nos períodos em que isto acontece;
  • 👍 Maior competitividade: A escalada na inflação obriga as empresas a buscar um maior dinamismo ao cortar custos e aumentar a eficiência, contribuindo para o aumento da competitividade das empresas brasileiras em relação às internacionais.
  • 👎 Aumento nos custos de produção: A alta nos preços de insumos como combustíveis, energia e alimentos eleva o custo de produção das empresas e pode levar ao prejuízo, especialmente naquelas que não é possível corrigir os preços acima da taxa de inflação;
  • 👎 Redução da demanda: A inflação causa perda de poder de compra, que por sua vez impacta na demanda por produtos e serviços, levando à queda nas vendas e na receita das empresas, principalmente em setores como varejo, turismo e construção civil;
  • 👎 Dificuldades no planejamento financeiro: Essa volatilidade na inflação torna o cumprimento do planejamento financeiro das empresas cada vez mais desafiador, dificultando a previsão de custos e receitas, consequentemente também tornando mais difícil a obtenção de investimentos e projetos de expansão;
  • 👎 Aumento da inadimplência: Inflação alta é quase um sinônimo de aumento de dívidas, fazendo com que empresas tenham que lidar com um número cada vez maior de clientes inadimplentes, o que por sua vez prejudica o fluxo de caixa.

Os altos e baixos da inflação brasileira em 2023

A inflação teve seus altos e baixos durante o ano de 2023. Janeiro já começou em 5,77%, acima da tolerância estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional que era de 4,75%. Outros três meses do ano ficaram acima dessa tolerância ― em fevereiro 5,60%, setembro 5,19% e outubro 4,82%.

Alguns dos fatores que causaram esse aumento foram a Guerra na Ucrânia, por exemplo. O planeta inteiro sentiu os efeitos da guerra no leste europeu ― os preços da gasolina, diesel e gás de cozinha atingiram novos recordes, com a gasolina chegando a um aumento de 12,09%, subitem que teve o maior peso entre todos aqueles medidos pelo IBGE;

Mesmo com esta alta, o setor de Alimentos e Bebidas segurou o índice de aumentar ainda mais ― sua taxa ficou em 1,03%, contribuindo para que a inflação não acelerasse de maneira significativa. A alimentação em domicílio chegou a ter uma deflação de 0,52% e colaborou ainda mais para segurar a taxa anual.

Em dezembro, o ano teve um desfecho positivo: a inflação média ficou em 4,62%), dentro da meta de 3,25% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (1,75% à 4,75%), a menor taxa anual desde 2020.

Expectativas da inflação para 2024

A inflação esperada para 2024 já é mais positiva. De acordo com o Banco Central, a previsão é que o aumento fique em 3,9% ao ano, dentro da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Se essa previsão se cumprir, a expectativa é que as empresas tenham um desempenho melhor durante o ano.

Contudo, é preciso ter cautela. A guerra da Ucrânia, que ainda está em andamento, e as guerras no Oriente Médio podem pressionar os preços internacionais de commodities. A política fiscal do governo brasileiro também precisa ser observada, pois novos gastos públicos podem gerar pressões inflacionárias.

Para garantir o sucesso em 2024 e navegar a inflação com tranquilidade, empresas devem sempre continuar monitorando estes índices e os custos de produção, investir em eficiência, diversificar os mercados e buscar por mais flexibilidade e adaptabilidade ao cenário econômico.
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