Diz um ditado popular que o mundo é dos espertos. Em um passado não muito distante (e em muitas organizações, diga-se de passagem), onde ser esperto tinha como definição implícita ser malandro, tirar vantagem de tudo que fosse possível e não importando o custo, onde esta prática era instigada, acredito que esse ditado fizesse sentido.
Compliance vem do termo em inglês to comply, que significa agir de acordo com uma regra, uma instrução, é estar em conformidade com leis e regulamentos, sejam eles externos e/ou internos.
Não importa a estrutura de governança de uma organização, as ferramentas de compliance são essenciais na mitigação de riscos, adequando as atividades da empresa, gerando informações de sua atuação, visando longevidade do negócio. Também auxilia a empresa a construir uma boa imagem no mercado e entre seus consumidores. Apresentar resultado econômico-financeiro positivo por si só não é o suficiente, é necessário demonstrar e comprovar que são obtidos via boas práticas.
Nos atuais dias, diferenciar os “mocinhos e bandidos” pode demorar e custar mais do que o dinheiro pode pagar. Onde as práticas de corrupção estão impregnadas do baixo ao mais alto escalão, onde interesses individuais são preservados, gosto de comparar compliance a direção defensiva, em que o motorista não deixa de ser eficaz, mas de forma prudente cuida de si e dos demais. Portanto, além de implantar compliance em sua organização, exige boas práticas de seus parceiros – sejam eles clientes ou fornecedores – e garanta uma parceria de sucesso e duradoura.
Permito me finalizar com uma frase frequentemente dita pelo nosso saudoso fundador – Dr. Edson André de Sá – “Ser esperto custo caro e é anti-ético!” e uma questão para reflexão: em qual mundo você está?
Mirian Cidral
Gestora Financeira